Você sabe quais os requisitos para conseguir a certificação LEED em uma obra? Entende a importância desse assunto?

A sigla LEED significa Lendership in Energy and Environmnetal Design e pode ser traduzida para o português como Liderança em Energia e Design Ambiental. O intuito dessa certificação é incentivar que os projetos, obras e operações de uso das edificações sejam feitas com foco na sustentabilidade. Em geral, as edificações com certificação LEED são extremamente eficazes e apresentam elevada economia de custos.

No post, “Obras sustentáveis: conheça o selo LEED que vem em obras verdes” vimos de forma detalhada que a certificação LEED é um sistema internacional utilizado em diversos países e também o que fazer para obtê-lo. Neste artigo, você verá quais os benefícios e requisitos dessa certificação. Vamos lá?

Como funciona e qual a importância da certificação LEED

Como mencionamos, essa certificação é um símbolo com reconhecimento mundial no quesito sustentabilidade. O conceito LEED consiste em levar em consideração todas as etapas e ciclo de vida de um empreendimento, incluindo sua concepção, construção, operação e descarte — após o término de sua vida útil.

O setor da construção civil é um dos maiores geradores de resíduos e consumidores de matéria prima. Além disso, é responsável por grande parte dos impactos ambientais, uma vez que a área exerce atividades que podem modificar o meio ambiente. Por esse motivo, é muito importante a aplicação do desenvolvimento sustentável nas construções para minimizar o impacto ambiental e obter melhor desempenho nas edificações.

Os padrões de sustentabilidade sugeridos pelo LEED são válidos para todas as edificações, independentemente da fase e do lugar. Eles proporcionam economia de água, energia, recursos e ainda reduzem a geração de resíduos.

7 requisitos necessários para a certificação LEED

O selo LEED é concedido após a avaliação de sete critérios, que apresentam pré-requisitos de cumprimento obrigatório e créditos, que são recomendações responsáveis por garantir a pontuação específica para a edificação. Dessa forma, uma nota que varia entre 40 até 110 pontos, é conferida para cada empreendimento. A pontuação final de cada edificação é responsável pelo seu grau de classificação (certificado, prata, ouro e platino).

Conheça, a seguir, quais são esses critérios.

1. Espaço sustentável

Esse aspecto se concentra no ambiente que envolve a construção que está sendo realizada, abrangendo os pontos de melhoria para problemáticas presentes em grandes centros urbanos como execução de ciclovias, redução da poluição visual, entre outras. Dessa forma, minimiza o uso de automóveis e colabora para melhorar o ar e reduzir a poluição.

2. Eficiência do uso da água

Aborda a questão do uso racional da água, levando em consideração o uso interno, externo, especializado e, até mesmo, a medição. Essa seção tem como objetivo a eficiência em primeiro lugar no que diz respeito a conservação da água. Por isso, inclui reaproveitamento, reuso da água e medidas que proporcionem maior economia.

3. Energia e atmosfera

Promove a utilização da energia por meios inovadores que sejam mais ecoeficientes e proporcionem a otimização e redução. Essas medidas englobam tanto o design quanto o uso de fontes de energia renovável e demais situações, como utilização de grandes áreas envidraçadas.

4. Otimização dos materiais e recursos (MR)

Essa é a dimensão apontada por alguns autores como a mais difícil quando se trata de atender a certificação LEED por consequência da falta de fornecedores que sejam especializados para insumos. Por isso, daremos uma atenção especial a este quesito.

As principais dificuldades são:

  • obter certificação necessária com os projetistas, construtoras e fornecedores;
  • burocracia excessiva e grande documentação necessária;
  • inexperiência das equipes de projeto;
  • falta de cooperação e integração entre as equipes e os envolvidos;
  • necessidade de fornecimento mais detalhado de materiais e memórias;
  • falta de treinamento para a elaboração de projetos e construções sustentáveis;
  • maior custo das opções sustentáveis;
  • maior complexidade construtiva;
  • maior custo inicial;
  • desinteresse por parte da sociedade e do mercado.

A dimensão relacionada aos materiais e recursos é comum a todos os tipos de selo LEED, exceto o de desenvolvimento de bairros. O principal foco dessa categoria é a otimização dos materiais e recursos naturais a serem utilizados na construção e uso da edificação. Ou seja, é incentivada a utilização de materiais de baixo impacto ambiental e redução da geração de resíduos, minimizando assim impactos que estão associados a extração, transporte, processamento, manutenção, demolição, descarte ou reutilização dos materiais que foram utilizados na construção.

Os créditos e pré-requisitos desta categoria englobam:

  • reuso da edificação;
  • gestão de resíduos da construção;
  • reuso dos materiais — reuso, reciclagem ou renovação;
  • utilização de conteúdo reciclado;
  • utilização de materiais ou produtos de construção que sejam regionais — extraídos, recuperados, manufaturados ou colhidos a uma distância inferior a 800 quilômetros do empreendimento;
  • utilização de produtos, materiais ou móveis de rápida renovação — aqueles feitos com produtos agrícolas que tenham ciclo menor que 10 anos;
  • utilização de madeira nova certificada — no mínimo 50% de produtos e materiais que apresentem certificado de atendimento aos critérios do Forest Stewardship Council (FSC).

Além disso, há os aspectos sustentáveis que abrangem, além dos créditos citados acima, o depósito e coleta de materiais recicláveis.

No que tange à eliminação dos resíduos, a sugestão é que seja elaborado e implementado um plano de gestão de resíduos e coleta seletiva e que seja definida uma área para armazenar os resíduos comuns e recicláveis.

Além disso, deve-se principalmente optar por produtos que apresentem um ciclo de vida otimizado e que promovam maior eficiência dos recursos, tanto na construção quanto na operação da edificação, ou seja, deve-se utilizar materiais considerados “limpos”, que são os que geram menos resíduos ao meio ambiente e que apresentam maior possibilidade de reutilização.

5. Qualidade interna do ambiente construído

Aborda o bem-estar interno nas edificações, analisando se é bem arejado, se a qualidade do ar interno é aceitável, além do conforto térmico, visual, acústico e condições de iluminação.

Além disso, também leva em consideração se existe proibição ao fumo em áreas interiores e próximas das entradas e, ainda, se os materiais utilizados apresentam baixa emissão de compostos voláteis.

6. Inovação e processo

Esse aspecto objetiva reconhecer projetos inovadores quanto as práticas sustentáveis na construção e uso, fornecendo um bônus para os projetos que utilizam inovações que vão além das exigidas nos outros créditos LEED.

7. Créditos de prioridade regional

Esse crédito incentiva que as equipes de projetos estejam concentradas nas prioridades e particularidades do local em que a edificação estará inserida, uma vez que muitas questões ambientais são específicas.

A certificação LEED é benéfica para a sociedade, para as construtoras, para os colaboradores envolvidos, para os proprietários, usuários e para o meio ambiente. Por isso, essa mudança é importante, necessária e deve ser priorizada.

Agora que você já conhece todos os requisitos, importância e benefícios da certificação LEED, assine nossa newsletter e receba outros conteúdos sobre o assunto por e-mail.